Nem tudo sobre minha mãe
Esse é um post filhinho da mamãe. Já aviso desde a primeira linha, para que depois não venham me acusar de ser puxa-saco, piegas ou cafona. Como diria minha amiga W., minha mãe é tuuuuuuuuudo! E posso apostar que a sua também.
Minha mãe, a Sra. MM, é médica. Não uma médica qualquer, que lide com dores quaisquer. Ela é oncologista pediátrica. Para aqueles que não têm tanta intimidade com o jargão dos homens de branco, significa que ela cuida de crianças com câncer. C-â-n-c-e-r. Um nome que muitos preferem nem dizer, com receio de que traga algum (toctoctoc) azar.
Mas ela vai lá, todo dia, às 6 da madrugada, para algum dos hospitais em que trabalha. Médico, como jornalista, tem muitos empregos... Chama as crianças pelo nome e as mães de "mãe". Lida com a morte, todos os dias, mas se nega terminantemente a acostumar-se a ela. E também não acredita em deus. Mas respeita aqueles que rezam e oram e pedem e etc, desde que tomem os remédios direitinho.
Eu cresci achando que toda mulher fosse assim independente e bem resolvida como minha mãe. Até que fui descobrindo que não, que do jeito dela não há ninguém (para o bem e para o mal). E que eu, pobrezinha, estava há léguas de distância. Aí na adolescência gritei, esperneei, me afastei. Mas quando virei adulta (tô tentando... tô tentando...), vi que tudo que eu queria era que ela me desse um colinho. Precisei aprender a pedir. E a doutora, como sempre generosa, estava lá, de plantão.
Dizem que eu pareço um pouco com ela, o que me enche de orgulho. Mas no fundo eu sei que ainda falta crescer um bocado para chegar no meio da canela.
13 Comments:
Bacana. Minha mãe é cabelereira e, como todos vêem, eu não herdei absolutamente nada... mamãe sempre foi o sonho das minhas colegas (afinal, uma hair style em casa...). Por outro lado, sua mãe poderia ter sido a médica do meu irmão. bj.
Alê, mais uma para as linkanias... Beijos também.
Oi Jana,
Sou uma das "meninas do basquete", amiga da Clá, ou Caca para vocês, de Sampa. Desde que ela indicou seu blog venho lendo e gostando muito do que você escreve e da forma como escreve, este post de hoje sobre a sua mãe é a tradução do que sinto pela minha. Também faço parte de uma Excêntrica Família de Antônia, com pais separados, irmãos de pé-quebrado, tios, cachorros e papagaio. Minha mãe sempre administrou tudo isso sem deixar transparecer que tinha alguém por traz dos panos, uma verdadeira maestrina de uma orquestra maluca, ela era, e é, o espelho da mulher que eu queria ser quando crescesse. Como puderam elas trabalhar, criar três filhos, amar seus homens, cuidar da casa, da saúde, da cabeça, tudo ao mesmo tempo agora? Minha mãe é sem dúvida a minha heroína e se você está perto da canela da sua, com as mil experiências que tem a mais que eu, sendo mãe e tudo o mais, eu devo estar chegando no dedo mindinho do pé da minha. Acho que calendário de mãe tem 500 dias por ano e o dia 36 horas, para caber tudo dentro. Elas são espetaculares!
Falando em mãe, acho a sua demais, apesar da pouca convivência. Manda um beijão para a Dra. MM por mim, ok!?
Ana Lygia, obrigada, obrigada, obrigada. E sobre as excêntricas famílias, acho que são uma benção. Ensinam a gente a ser democrática, complacente... E também a lutar avidamente pelo maior pedaço do bolo! Mil beijos. Volte sempre.
Que delícia seu blog, que delícia seu post. "Pinça na sobrancelha" não é lá o nome mais apropriado pra ele. Passar por aqui não foi nada sofrido. Pelo contrário, adorei!
Mãe é Mãe... tudo mundo tem a melhor... e niguem discute isso. rs
Concordo em gênero, número e grau com o Bruno... Mãe é mãe e todo mundo tem a melhor!!! A minha é fantástica... minha melhor amiga, meu porto seguro, meu tudo! É o sonho de consumo das minhas amigas também...descolada, amiga, conversa de igual pra igual, ouve, dá conselho, e aguenta como ninguém todas as "bagunças" que sempre são marcadas aqui em casa, justamente pelo fato dela ser alegre, e animadissima!!! Alias, tenho que dizer que tô bem de família viu?! rs...
A profissão da sua mãe é linda demais... tive o privilegio de ser voluntária da ACACCI e conviver com todo esse ambiente!!
Billie, obrigada. Mas escrever essas coisas dói, sim, às vezes... E acho que sou um bocado masoquista.
Tati e Bruno, eu sou mãe. E se um dia minha filha disser que sou fantástica e sensacional, vou adorar! (Ai dela se não disser...)rsrsrsrsrsrs
Oi Jana.Agir sem o manual,só o autor.Ou então descobrir o sapo certo...e beijá-lo.Boa sorte.V. merece!
é engraçado, também cresci pensando que toda mãe fosse independente como minha mãe! mas aos poucos fui percebendo que não é bem assim.
Ah, Juca! Adoro sapos.
Vamos fazer uma confraria dos filhos de MM? Beijo.
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