Baependi é logo ali
Por sugestão do Juca, vou contar a história da metade mineira da minha família. Essa metade refere-se ao meu pai, Dr. Guilherme, que nasceu e cresceu grande parte da vida numa cidade do sul de Minas chamada Baependi. Oswald de Andrade já avisara:
"No baile da corte
Foi o conde d'Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí."
Então, continuando a saga Lara Leite. Meu pai é filho de uma senhora culta, inteligente e poeta, como algumas senhoras da época costumavem ser. Meu avô era o médico da cidade, e por isso foi prefeito também. Uma tradicional família mineira, inclusive no que diz respeito aos hábitos etílicos e literários. Mas estou devaneando... A história do Juca era sobre o coreto.
Pois é. Baependi tinha e tem um coreto na Praça da Matriz (claro que há uma matriz!). E na década de 80 era hábito adolescente fazer o footing por lá. Meninos e meninas rodando como piões em torno da praça. Acredite, era a década de 80 mesmo, eu juro. E depois de algumas voltas, escolhido o parquesequeriaperfeito, subia-se para o coreto. O lugar, visto de qualquer lugar da praça, não era nada discreto. Mas a idéia era se afastar do chão, talvez. E destacar-se dos outros que continuavam girando.
Pois é, tenho um coreto na minha historinha. E uma cidade com matriz, bares com hora de voltar, cachoeiras. Fico pensando se minha filha vai ter...
Baependi? Vai lá: http://www.baependi.mg.gov.br/. E não esqueça de provar o picolé de tangerina do Tinho. Delícia.
7 Comments:
ooolha, pensei que isso só acontecia na praça da República (coreto do Juca) e na praça Batista Campos, ambas em Belém e com vários coretos. Sendo que a BC é muito mais amigável, ou era... Aliás, na última vez que fui a Belém (jan/2005) vi até uns cosplays jogando algum jogo japonês ou chinês, que não sei o nome. Achei aquilo engraçado. Um coreto habitado por cosplays. rs.
Minha cronista preferida da web(ao lado da Luciana Pinsky)voce mandou muito bem.Oswald é o meu modernista preferido(não morro sem montar O Rei da Vela).Adoro tudo de tangerina,a começar do cheiro.
Mas o melhor mesmo é a tese/idéia de sair do chão!Até porque nessa época a gente não tem o pé no chão mesmo.E desconfio que nem a Cora vai ter nessa idade.Leve-a até Baependi e ensine-a a "comer,beber,pitar e cair"... E a escrever tb.A linhagem,pelo visto,já tem tradição.Beijos.
Alê, é a tal da pós-modernidade... Rsrsrsrsrsrsrs
Quem diria que haveria um coreto entre Bauman e Lipovetsky!!!!!
PS: Minha casa um dia vai ficar pronta e aí vamos ter uma festa. Prometo!
Ô, Juca, assim eu coro! Corar combina com coreto, né? Quanto à Cora, se ela puder fazer tudo isso, vai ser legal. Mas pode ser que seja só saudosismo meu. E aí ela vai achar tudo um saco! Aiai.
Existem muitos lugares assim ainda, basta dar uma rodada pelo interior de São Paulo. Eu também passei a adolescência em uma praça da matriz, e a minha tinha até o clube da cidade nela. Eu morava atrás da igreja, por isso minha casa era ponto de encontro da turma que ia para a matinê depois de dar uma volta na praça.
Por mais que as coisas mudem, adolescência sempre vai ser essa fase confusa e cheia de descobertas, seja dando volta na praça ou no shopping (melhor a praça, que tem mais magia). Pelo que a gente ouve por aqui sobre as peripécias da Cora, ela com certeza vai ter uma praça com coreto, uma cara-metade por fim de semana e tudo o mais que tiver direito, nem que para isso ela precise inventar uma.
Minha infância não teve coreto, mas teve pracinha, ladeira, carrinho de rolimã, muitas quedas de patins, pique´s e afins! Grande vantagem de se morar no centro - e numa casa, estudar numa escola pequena...
Bruno, Ana Lygia e Tati,
o bom de ter memórias de infância é que elas são do jeito que a gente quiser, sempre. Têm sempre mais cor, mais sabor, mais amor à distância. Lembranças... lembranças... Até Cachoeiro (e Colatina) ficam legais! rsrsrsrs
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