5.9.07

Sobre meninas e aparelhos

É lugar-comum dizer que "hoje as crianças amadurecem cada vez mais rápido". Se com amadurecer a gente quer dizer ter crises como "o que vou vestir?", mau-humor matinal, dúvidas sobre o que vai ser quando crescer, OK. Eu vivo hoje a dileta experiência de conviver com uma menina de seis anos que resolveu achar o máximo usar aparelho ortodôntico. Tudo bem, eu também já quis usar aparelho e óculos de grau, achando que ganharia assim um ar intelectual que combinaria com a adolescente metidaabesta que fui, mas isso foi na década de 80, e eu tinha pelo menos duas (quiçá três) vezes seis.

A vida real resolveu, no entanto, dar a ela um aparelho, fixo, cuja cor ela pôde escolher. Viva! A empolgação era enorme. Roxo ou rosa foi uma dúvida cruel por semanas. Expectativa. Toda a escola envolvida. E aí? Aí passou. A animação foi-se na primeira apertada do dito cujo. O tédio e a chatice ocuparam o lugar do desejo. E o pior é que dura seis meses. No mínimo.

Definitivamente, era mais fácil quando eles queriam só colo e chupeta.